Há casos em que a prótese de quadril se encontra com algum problema, como desgaste, soltura ou outro tipo de alteração. Quando isso ocorre, é necessário realizar o que se chama revisão de prótese de quadril, que, em suma, como explica o Dr. Felipe de Paiva – médico especialista em Cirurgia do Quadril -, consiste em substituir, por novos implantes, um ou mais componentes da prótese danificada.
Entre os principais casos em que a revisão é indicada, o Dr. Felipe cita: a soltura séptica; a soltura asséptica; o desgaste do polietileno; e a luxação recidivante. A soltura séptica é causada por uma infecção na prótese, que, antes da média de durabilidade do implante – cerca de vinte anos -, leva à perda de fixação da prótese ao osso, além de poder gerar sintomas como dor no quadril, febre, vermelhidão e secreção. A soltura asséptica, ao contrário, leva mais tempo para ocorrer e seus sintomas se restringem à dor na articulação e redução na mobilidade. Geralmente, resulta do desgaste da superfície de contato da prótese, pois, quando nosso organismo remove os debris que ficaram impregnados ao redor do implante, remove também o osso, gerando a soltura da prótese. Por sua vez, tem sido raro o desgaste do polietileno – um dos componentes do implante -, devido ao avanço tecnológico atual, que o tornou bastante durável, prolongando a vida útil das próteses. Finalmente, a luxação recidivante caracteriza-se pelo recorrente deslocamento da prótese, o que causa dor e dificulta a mobilidade, chegando, em alguns casos, a impedir o paciente de andar e demandando, portanto, uma cirurgia de substituição.
O Dr. Felipe observa que a complexidade da revisão de prótese de quadril é variável, desde procedimentos simples – como a troca do componente que apresenta desgaste – até uma cirurgia mais complexa – como a troca de todos componentes. Além disso, salienta que, apesar de ser uma cirurgia mais complexa, a substituição da prótese antiga, por uma mais moderna, promove o resgate da qualidade de vida, além de maior durabilidade e estabilidade da prótese.
É importante notar que a recuperação da revisão de prótese depende da complexidade do procedimento. Em casos mais simples, como no de uma prótese primária, já é possível voltar a andar no dia seguinte à cirurgia, com auxílio de muletas ou andador. Em casos mais complexos, dependendo da gravidade e da qualidade óssea do paciente, pode ser necessário passar algumas semanas sem apoiar todo o seu peso sobre o membro operado. Em todo caso, o Dr. Felipe recomenda fisioterapia, a fim de fortalecer a musculatura e restabelecer a mobilidade, sempre fundamental para o sucesso da reabilitação motora e da marcha.